Mapa de riscos e a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais

Pessoas sentadas trabalhado em um escritório. Na parede há um mapa de risco colado

Os riscos estão presentes em todo tipo de trabalho, em maior ou menor grau, de acordo com o tipo de atividade desenvolvida. Por isso, o mapa de riscos é um importante aliado na prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.

Todos os fatores de riscos ocupacionais devem estar devidamente identificados pelos profissionais de Segurança e Saúde do Trabalho (SST), fazendo parte do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). A partir daí, é possível estabelecer ações e medidas para evitar acidentes.

De acordo com a nova norma NR 01, as organizações devem implementar o gerenciamento de riscos ocupacionais em suas atividades. Por sua vez, a NR 05 traz ferramentas a serem utilizadas, podendo ser o Mapa de Risco ou outra técnica apropriada à sua escolha.

Conhecer os possíveis riscos aos quais estão expostos e saber como preveni-los é indispensável a todos os trabalhadores. Nesse sentido, o Mapa de Riscos é uma ótima ferramenta para comunicar de forma clara quais são os riscos, onde estão e qual o grau de perigo de cada um deles.

Se você quer saber mais sobre esse tema, continua a leitura, que vamos abordar os seguintes tópicos:

  • Quais são os riscos ocupacionais
  • Mapa de Riscos: o que é?
  • Como fazer um Mapa de Riscos?
  • Representação gráfica do Mapa de Riscos

Quais são os riscos ocupacionais?

De acordo com o Anexo I da NR 01, risco ocupacional é a:

“Combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde causados por um evento perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da atividade de trabalho e da severidade dessa lesão ou agravo à saúde”.

Ou seja, os riscos ocupacionais são qualquer situação que apresente perigo à saúde das pessoas no ambiente de trabalho. E esses são enquadrados em cinco tipos de riscos, que vamos detalhar a seguir.

Riscos físicos

São os riscos que se apresentam em forma de energia a qual o trabalhador está exposto, tal como:

  • Ruídos: Máquinas e equipamentos são as principais fontes de ruídos, que podem desencadear perda auditiva, dores de cabeça, fadiga, entre outros problemas de saúde.
  • Calor: Esse risco está presente em atividades ao ar livre ou na proximidade de maquinários que trabalham com temperaturas elevadas. A exposição contínua ao calor pode causar desidratação, insolação, erupções na pele.
  • Frio: As maiores incidências estão em frigoríficos, na operação portuária com manuseio de cargas congeladas, no trabalho a céu aberto em regiões frias, açougues e em qualquer ambiente que armazene alimentos congelados. A exposição contínua ao frio pode causar problemas respiratórios, rachaduras, feridas e congelamento.
  • Vibrações: Caracterizam-se por qualquer oscilação de um corpo, equipamento ou superfície sobre o corpo do trabalhador. As vibrações podem ser localizadas ou no corpo inteiro, e, podem causar diversos danos, desde dores musculares, problemas na coluna, lesões nas articulações e osteoporose. Veículos, como caminhões e tratores são as principais fontes de vibração que podem atingir o corpo inteiro. Enquanto que equipamentos como motosserras, britadeiras e furadeiras, são responsáveis pelas vibrações localizadas.
  • Radiações ionizantes e não ionizantes: As radiações são transmitidas por ondas eletromagnéticas e podem ser absorvidas pelo organismo. Um exemplo de radiação ionizante é o raio X. Já o infravermelho, micro-ondas, lasers, ultravioleta e radiofrequência são tipos de radiações não ionizantes. A exposição contínua às radiações pode causar lesões na pele, câncer e outras alterações no organismo.
  • Pressão: Atividades que envolvem mergulho, tubulações de ar comprimido e máquinas de perfuração são alguns dos tipos que oferecem o risco de pressão anormal. Ambientes com pressão acima ou abaixo do normal pode causar danos ao tímpano e até levar à morte por liberação de nitrogênio no sangue.
  • Umidade: Este risco físico é encontrado principalmente em construções em locais alagados, lavanderias, lava-jatos e frigoríficos, caracterizando-se geralmente por meio de um piso escorregadio. Os principais danos que podem causar são quedas e problemas respiratórios, ou até problemas na pele, quando há contato direto com a umidade contaminada.

Riscos químicos

São riscos relacionados as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, através da pele ou ingestão. Podem ser encontrados nas formas de poeiras, fumos, gases, neblinas, nevoas, vapores, líquidos inflamáveis, produtos corrosivos e explosivos.

Os danos decorrentes dos riscos químicos podem ser doenças respiratórias crônicas, doenças do sistema nervoso, doenças nos rins e fígado, patologias dermatológicas e até mesmo alguns tipos de câncer.

Riscos biológicos

Os riscos biológicos se relacionam aos micro-organismos, como os vírus, bactérias, parasitas, protozoários, fungos e bacilos. As atividades que apresentam esse tipo de risco são as indústrias alimentícias, hospitais, limpeza pública (coleta de lixo), saneamento básico, laboratórios, entre outros.

As doenças causadas por estes micro-organismos podem ser enquadradas como ocupacional, desde que haja exposição do funcionário a estes riscos durante o desenvolvimento da sua atividade laboral.

Riscos ergonômicos

A ergonomia é a ciência que estuda as interações entre os seres humanos e os outros elementos ao seu redor. Ou seja, refere-se às adaptações do posto de trabalho, para proporcionar o bem-estar e contribuir para o bom desempenho da atividade laboral.

Portanto, são considerados riscos ergonômicos o esforço físico, levantamento de peso, postura inadequada, situação de estresse, jornada de trabalho prolongada, repetitividade, rotina intensa.

Os riscos ergonômicos podem comprometer a produtividade, causando danos à saúde do trabalhador, como LER/DORT, cansaço físico, dores musculares, hipertensão arterial, alteração do sono, diabetes, doenças nervosas, taquicardia, doenças do aparelho digestivo (gastrite e úlcera), tensão, ansiedade, problemas de coluna, etc.

Riscos de acidentes

Estão relacionados aos fatores que colocam em perigo o trabalhador, como: arranjo físico deficiente, máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas ou com defeito, eletricidade, incêndio ou explosão, trabalho em altura, animais peçonhentos, armazenamento inadequado, falta de EPI/EPC ou uso incorreto destes equipamentos.

Mapa de Riscos: o que é?

Como já falamos no início, o Mapa de Riscos é uma ferramenta importante para a prevenção de acidentes de trabalho. Com uma linguagem simples e padronizada, deve ser afixado em locais visíveis da empresa.

A partir do mapa, qualquer um deve conseguir visualizar as situações e pontos de perigo. Assim, ele contribui para o controle de riscos ocupacionais e prevenção de acidentes de trabalho.

Competem a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio) em conjunto com o SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) a elaboração do documento, que deve estar alinhado com as informações contidas no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).

O mapa precisa ser revisado anualmente, toda vez que se renova a CIPA. E a falta da elaboração e disponibilização em local visível, pode implicar em multas para a organização.

Como fazer um Mapa de Riscos?

Para elaborar o Mapa de Riscos é preciso, em primeiro lugar, reunir todas as informações sobre quantidade e perfil dos trabalhadores, instrumentos e materiais de trabalho, atividades exercidas em cada setor e conhecer todos os processos.

A partir desse levantamento, deve-se identificar os possíveis riscos e o número de pessoas expostas aos riscos em cada local. Também é importante verificar quais as medidas de prevenção que já são aplicadas e sua eficácia (medidas de proteção coletiva, de organização do trabalho, de proteção individual e de higiene e conforto).

Recomenda-se, ainda, envolver os colaboradores expostos aos riscos para descobrir as queixas mais comuns, as doenças ocupacionais já identificadas e as causas mais frequentes de ausência no trabalho.

mapa de risco com colunas com os nomes de riscos e bolinhas com as cores
Modelo de Mapa de Risco

Representação gráfica do Mapa de Riscos

O Mapa de Riscos é composto pelo layout da empresa ou do setor, círculos que representam os níveis de riscos (leve, médio ou elevado) e cores que indicam os tipos de riscos. Deve conter ainda o número de pessoas que trabalham no ambiente representado e a especificação do agente.

Em alguns ambientes de trabalho existem mais de um tipo de risco. Nesse caso o círculo pode ser dividido em partes iguais de acordo com a quantidade de riscos, desde que o nível seja o mesmo. Mas se a proporção de perigo for diferente, deve constar mais de um círculo no ambiente, cada um com sua cor e tamanho.

Confira alguns modelos de mapa de riscos que temos aqui na Kadesh:

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