Com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre algumas doenças, cada mês do ano tem suas causas e cores: Dezembro Vermelho, Janeiro Branco etc. Em Fevereiro as cores são Roxo e Laranja e as campanhas trazem o foco para quatro doenças.
A cor laranja alerta sobre a Leucemia e o roxo simboliza a conscientização sobre Lúpus, Alzheimer e Fibromialgia. Estas três últimas são doenças distintas, mas que possuem uma característica em comum: elas ainda não têm cura. Por isso é importante o diagnóstico precoce para garantir a qualidade de vida dos pacientes.
Para saber mais sobre as doenças das campanhas Fevereiro Roxo e Laranja, trouxemos informações importantes sobre cada uma delas a seguir.
Leucemia
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), “a leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente, de origem desconhecida. Tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais”.
A medula óssea está localizada na cavidade dos ossos e é o local de fabricação das células sanguíneas (glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas). Por isso, o diagnóstico inicial é feito por meio do hemograma. E para confirmação do diagnóstico, realiza-se o exame da medula óssea (mielograma) e, em alguns casos, realiza-se biopsia da medula.
Existem diferentes tipos de leucemia, que são agrupados com base em suas características. As mais comuns são: leucemia linfoide crônica (LLC); leucemia mieloide crônica (LMC); leucemia linfoide aguda (LLA) e leucemia mieloide aguda (LMA).
Alguns dos sintomas mais recorrentes da doença são palidez, cansaço, febre, gânglios linfáticos inchados, infecções persistentes, hematomas, sangramentos, aumento do baço e do fígado.
Tratamento
Nas leucemias agudas, o tratamento é feito com quimioterapia e, em alguns casos, indica-se o transplante de medula óssea. Diferentemente, a LMC não é tratada com quimioterapia, mas com um medicamento oral que inibe especificamente a proteína anormal causadora da doença. Já na LLC podem ser utilizados agentes quimioterápicos, orais e imunológicos, a depender de aspectos clínicos do paciente.
Sempre é importante lembrar que o diagnóstico precoce de um câncer possibilita maior chance de tratamento e de melhores resultados.
Doação de medula
A campanha do Janeiro Laranja também busca conscientizar a população sobre a importância da doação de medula. Além da leucemia, o transplante de medula óssea pode ser indicado para o tratamento de um conjunto de cerca de 80 doenças.
De acordo com o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), para se tornar um doador voluntário de medula óssea é preciso ir ao Hemocentro mais próximo, se cadastrar e coletar uma amostra de sangue que será usada para exame de tipagem.
A lista com todos os Hemocentros do país e outras informações sobre a doação de medula, estão disponíveis no site do Redome.
Lúpus
O lúpus é uma doença autoimune na qual as células do sistema imunológico saem do controle e passam a atacar as células saudáveis, provocando inflamações em várias partes do corpo.
As causas da doença ainda não são totalmente conhecidas, assim, não há fatores de risco pré-determinados, nem formas conhecidas de se prevenir a doença. No entanto, já é sabido que o lúpus é mais comum em mulheres e chega a ter incidência até quatro vezes maior em mulheres negras do que em brancas.
Apesar de ser uma enfermidade que não tem cura, existem alguns tratamentos para aliviar os sintomas e garantir qualidade de vida. O paciente deve ser acompanhado por um reumatologista, que poderá indicar o uso de remédios anti-inflamatórios, corticoides ou imunossupressores.
Os sintomas normalmente não são contínuos e aparecem nas fases de crise, durando alguns dias e depois desaparecem. Alguns dos sintomas mais comuns são febre, manchas vermelhas na pele, dor e inchaço das articulações, queda de cabelo, sensibilidade à luz, cansaço excessivo. O lúpus não é contagioso, por isso não pode ser transmitido de uma pessoa a outra.
No Brasil, estima-se que existem 65 mil pessoas com lúpus.
Doença de Alzheimer
A doença de Alzheimer é uma doença degenerativa do cérebro de evolução lenta e progressiva. Costuma manifestar-se acima dos 65 anos, comprometendo a memória e causando alterações no comportamento dos indivíduos.
É preciso ficar alerta à perda de memória que se repete e acaba comprometendo as atividades diárias da pessoa. A medida em que a doença evolui, estas perdas são cada vez mais progressivas, comprometendo até a lembrança de nomes de parentes próximos e o reconhecimento dessas pessoas.
As mudanças no comportamento podem ocorrer desde o início e ao longo da evolução do Alzheimer. Também é possível identificar características depressivas, de agitação e de agressividade, ou até mesmo delírios e alucinações.
Dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de 1,2 milhão de brasileiros sofrem com a doença e a cada ano 100 mil novos casos são diagnosticados. Em todo o mundo, o número chega a 50 milhões de pessoas.
O Alzheimer não tem cura, mas existem medicamentos que ajudam a estabilizar a doença ou diminuir a velocidade de perda funcional em cerca de cinco anos. E a prevenção inclui atividade física regular, alimentação balanceada, atividade intelectual e preservação das relações sociais e familiares.
Fibromialgia
A fibromialgia, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, se caracteriza por dor muscular generalizada e crônica. A condição causa múltiplos pontos de dor por todo o corpo, especialmente nos tendões e articulações. Além das dores, o quadro pode vir acompanhado de cansaço, depressão, ansiedade e alterações intestinais.
Os sintomas variam, tanto na frequência quanto na intensidade. Para o diagnóstico, deve-se observar os seguintes sintomas: dor por mais de três meses em qualquer parte do corpo e presença de pontos dolorosos na musculatura. Exames físicos e laboratoriais auxiliam afastando a possibilidade de doenças com sintomas parecidos.
A Fibromialgia atinge cerca de 2,5% da população mundial e costuma ser mais frequente nas mulheres. O tratamento da doença visa aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Para isso, deve ser multidisciplinar, incluindo medicamentos, atividade física – principalmente exercícios aeróbicos, acompanhamento psicológico e massagens.
